Antes de publicar Geografia da fome, no ano de 1945, Josué publica uma espécie de síntese desse livro, antecipando parte essencial de suas ideias em um artigo publicado na Revista América Indígena. Nele, o autor analisa que os recursos alimentares defeituosos no Brasil decorrem de uma estrutura econômico-social que sempre trabalhou num sentido desfavorável ao aproveitamento racional de nossas possibilidades geográficas. Apesar dos primeiros colonizadores trazerem a tradição da policultura e de um bom regime alimentar, estas tradições não foram mantidas em decorrência do desenvolvimento da monocultura mercantil sob o alicerce do latifúndio.
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A ideia de mudar o país com o intuito de se construir uma nação moderna acentuou-se a partir da década de 1930, sob a perspectiva de que a Revolução possibilitaria ao país "entrar no ritmo da história". A partir daí, surgiram as principais interpretações do Brasil moderno: o capitalismo nacional, a industrialização, o planejamento governamental, a reforma do sistema de ensino, a reforma agrária, a institucionalização de garantias democráticas, a superação da preguiça pelo trabalho entre outras. (Ianni, 2004, p. 32). Porém, a mudança pretendida por determinados atores nem sempre almejou um aperfeiçoamento das condições sociais, econômicas e políticas. A mudança pode representar uma das máximas do pensamento conservador: "mudar para permanecer como está". Octávio Ianni ao se referir às ideias de Brasil moderno assinala que apesar desta proposição estar presente nos escritos de vários autores,
Não se constituiu o sertanejo num agricultor de produtos de exportação, para fins comerciais, como se praticava nas terras do litoral, mas um plantador de produtos de sustentação para seu próprio consumo. Um semeador, em pequena escala, de milho, feijão, fava, mandioca, batata-doce, abóbora e maxixe, plantados nos vales mais sumosos, nos baixios, nos terrenos de vasante, como culturas de hortas e jardins. Pequenas boladas de verdura que os senhores de engenho do brejo, plantadores de extensíssimos canaviais sempre olharam com desdém, chamando depreciativamente a êste tipo de policultura do sertanejo, de "roça de matuto". Roças de matuto diante das quais o homem do açúcar torcia o nariz de grande senhor agrário, e que, no entanto, vieram a constituir um magnífico elemento de valorização das condições de vida regional, de diversificação do regime alimentar do sertanejo, bem superior em épocas normais ao da área da cana. (Castro, 1946, p. 198-199).
Apesar disso, as políticas para sua garantia raramente acompanham o avanço dessas propostas. O tema quase sempre teve um papel marginal entre as prioridades de governo, historicamente subordinado ao crescimento econômico e ao aumento da produtividade da agricultura por meio da modernização tecnológica, em detrimento de políticas intersetoriais que envolvem as diversas condições necessárias para a garantia plena desse direito e que passa pela sustentabilidade dos sistemas alimentares.
A fome coletiva é um fenômeno social com desdobramentos e expressões biológicas, onde a subtração de partes das dietas regionais de porções da população vão conformando situações de carência nutricional. Assim como o nosso Neizinho foi uma grande referência para toda uma geração de militantes gaúchos, antigos companheiros, que não se curvaram ao sistema econômico e ao mainstream acadêmico, também seguem conosco, e um deles é o recifense Josué de Castro. De Norte a Sul do nosso país, grandes figuras, tenham sido elas reconhecidas ou não em seu tempo, mostraram que as mazelas humanas sempre podem retornar à nossa paisagem quando não superamos totalmente alguns tabus próprios ao capitalismo.
Estamos vivendo a pandemia da Covid-19, mas também estamos vivendo a pandemia da fome, a qual nossos três interlocutores compreendiam. Estamos de volta ao triste Mapa da Fome, marca que havíamos deixado oficialmente para trás em 2014. Hoje, com o corte do Auxílio Emergencial de R$ 600,00, passamos de 9,5 milhões de brasileiras(os) (4,5% da população) em situação de extrema probreza em Agosto de 2020, para 27 milhões de pessoas (12,2% da população) em fevereiro de 2021 (FGV). Viver na extrema pobreza significa sobreviver com R$ 246,00 por mês (R$ 8,20 por dia). Segundo o IBGE, o aumento nos preços dos alimentos em 12 meses de pandemia foi de 15%, o que é quase o triplo da inflação, que foi de 5,2% no mesmo período. Ainda segundo o IBGE, a taxa de desemprego atual é de 14,2%, a maior registrada em sua série histórica, o que nos leva ao montante de 14,3 milhões de desempregados. Como é possível travarmos a batalha ideológica das ideias nesse contexto?
O jovem entendia que nem tudo era permitido e chegou a abraçar Deus, mas em que religião? Ele achou muitas religiões patriarcais demais e procurou uma religião que deu mais espaço à mulher e assim chegou ao catolicismo e sua visão a respeito da figura da jovem de Nazaré: aquela que se compadece da fraqueza humana e sempre recorre a seu filho apelando a sua misericórdia, compaixão. Grande tema do nosso papa atual, Francisco.
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A teoria da decisão econômica se associa diretamente com alguns pressupostos amplamente conhecidos pela teoria econômica, tais quais, utilidade, racionalidade, maximização, análise de risco, entre outros. Entretanto, uma análise mais aprofundada sobre o desenvolvimento do pensamento econômico da teoria da decisão, nos mostra que nem sempre os pressupostos supra descritos foram o mote dos estudos que buscaram compreender o comportamento decisório. Nesse sentido, o objetivo desse artigo é resgatar o desenvolvimento da teoria da decisão e seu desdobramento na chamada economia comportamental. O resultado deste trabalho sugere que ao longo dos séculos a teoria da decisão econômica transitou entre a subjetividade e a racionalidade como forma de explicar o comportamento de escolha econômica do indivíduo.
Logo, a professora Letícia Tavares, Coordenadora de extensão do INJC, salientou que o principal objetivo da extensão é promover a interação entre a universidade e a sociedade, sempre articulado com o ensino e pesquisa. 2ff7e9595c
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